Direito do Torcedor saber, e Dever de Fazer Acontecer.
Esse post foi indicado por Muhlenberg via twitter(@urublog). De uma pessoa quase anônima, 
"A quadrilha que derrubou Zico
Os delinqüentes que afastaram  ZICO do comando do futebol rubro-negro — e com isso enterraram o único  projeto sério, em trinta anos, de fazer do Flamengo um clube moderno e  vencedor —, são gente com nome e sobrenome, e com dois temores muito  claros.
O primeiro, de mais longo prazo,  o medo do projeto do ZICO e de todo rubro-negro de bem de dar autonomia  estatutária ao futebol. Implementado, tiraria o futebol das mãos  incompetentes dos que, ao longo dos anos, não fizeram mais que  locupletar-se às custas de nossa maior paixão, enquanto o Flamengo  caminhava a passos largos para a irrelevância.
O segundo, muito mais imediato, o  pânico à limpeza que ZICO vinha promovendo nas divisões de base,  cortando as asas de empresários nefastos e de seus agentes internos —  verdadeiros quinta-colunas, interessados muito menos na máxima em desuso  de que “craque o Flamengo faz em casa”, e muito mais na regra vigente  de que craque o Flamengo vende cedo, a preço camarada, para desfrute  máximo de seus cartolas e benefício nenhum para clube e torcida.
Do primeiro temor trataremos  oportunamente, eis que a discussão aí é muito mais filosófica, e tem a  ver com a definição de quem é o dono do Flamengo, 5 mil sócios ou 40  milhões de torcedores. Basta, por ora, registrar a declaração ouvida há  pouco nos corredores do clube, em apoio aos que apunhalaram o ZICO pelas  costas: 
“O Flamengo é dos sócios, será  gerido pelos sócios, para os sócios e em benefício dos sócios. A torcida  que se foda. Se os sócios decidirem que o futebol ficará em segundo  plano, assim será feito.”
O segundo, no entanto, é o cerne  da disputa que terminou com a recente demissão de nosso ídolo maior,  num processo de fritura e intimidação que envolveu até ameaças de morte  ao ZICO e a sua família. Dele participaram ou beneficiaram-se  diretamente os senhores  Hélio Ferraz, Leonardo Rabelo, Michel Levi,  George Helal, Walter Oaquim  e Leonardo Ribeiro. Nele permaneceu omissa,  qual Pôncio Pilatos, a senhora Patrícia Amorim, que não teve a retidão e  o caráter suficientes para escolher entre ZICO e a canalha que a  elegeu.
É justa e santa a ira contra o  sr. Leonardo Ribeiro, mas o repugnante Capitão Leo — escroque conhecido e  de vasto prontuário — é apenas o elemento mais visível de uma quadrilha  chefiada e integrada por gente muito mais graúda. Com capacidades e  talentos reconhecidamente modestos, limita-se a intimidar, com seus  camisas pardas, os que ousarem erguer a voz contra o esquema de pilhagem  dos cofres rubro-negros, comandado hoje por Hélio Ferraz e Leo Rabelo.  Também põe a serviço da quadrilha os conhecimentos contábeis que  aprendeu com o ilibado Eduardo Vianna, na FERJ, aonde chegou apadrinhado  por ninguém menos que Edmundo dos Santos Silva.
O verdadeiro capo mafioso, aqui,  é Hélio Ferraz. Trata-se do mesmo incompetente de passagem  absolutamente esquecível pela presidência do clube, logo após a débâcle  de Edmundo dos Santos Silva. Os tempos duros, e a conseqüente redução  das expectativas da torcida, permitiram a Helinho passar incólume pela  presidência, sem chamar muita atenção para sua incompetência. Mas já era  o mesmo Helinho que faliu um estaleiro, no começo dos 90, e que poucos  anos antes despertara a nossa vergonha alheia com uma campanha  absolutamente pueril para o Senado. O mesmo Helinho cujos escassos  conhecimentos futebolísticos lhe permitiram dizer, com a cara mais séria  do mundo, que seu grande ídolo no esporte era Marcelinho Carioca!
Pois foi Hélio Ferraz o avalista  político da eleição de Patrícia Amorim. Foi Helinho quem lhe deu  viabilidade política ao amarrar o rabo da ex-nadadora ao do empresário  Leo Rabelo. Rabelo era o dono das divisões de base do Flamengo à época  de Edmundo dos Santos Silva, quando contava com o pleno aval dos  senhores George Helal e Walter Oaquim. Apadrinhado pelos dois, continuou  locupletando-se no mandato do Sr. Hélio Ferraz, mas subitamente viu sua  influência reduzir-se quando os dois caíram em desfavor, com a eleição  de Márcio Braga. Saudosos de tempos mais gordos, Helinho, Rabelo, Helal e  Oaquim viram na inconsistente Patrícia Amorim — sem conhecimento nem  interesse algum no futebol — sua oportunidade de ouro para voltar a  prosperar às custas do Flamengo. Asseguraram-se, para isso, de  controlar, além da presidenta decorativa, o Conselho Fiscal do clube,  onde puseram ninguém menos que o sr. Leonardo Ribeiro. (Esqueçam a  conversa mole de que o Capitão Leo é oposição, uma vez que o cargo seria  tradicionalmente da oposição: Leonardo Ribeiro há anos é assessor  parlamentar e camisa parda de Patrícia Amorim na Câmara de Vereadores do  Rio.) 
Sob o comando dessa gente, as  divisões de base passaram a ser nada mais do que uma vitrine onde o Sr.  Leo Rabelo expunha seus produtos. Aí passaram a envergar o Manto Sagrado  garotos sem nenhum vínculo empregatício ou federativo com o clube,  atletas que tinham 100% do seu passe atrelado exclusivamente a Leo  Rabelo e empresários amigos, e por cuja venda o clube não auferia um  único centavo de benefício. Mais do que nunca e mais do que ninguém, os  moralistas de palanque que bradam contra a “privatização” do futebol  rubro-negro, que não reconhecem limites éticos ou legais na luta contra a  autonomia do futebol, efetuaram sua própria privatização do setor mais  estratégico do clube.
Os interesses da quadrilha não  se limitam às divisões de base. Envolvem também os negócios escusos em  torno dos ingressos, em parceria com a BWA. O esquema é o responsável  pelo prodígio de os ingressos para jogos do Flamengo custarem, em média,   R$ 15,00 a mais do que os dos rivais. Supervisa o esquema o sr.  Eduardo Moraes, que atende por Vassoura e coincidentemente é genro do  onipresente Hélio Ferraz. Mas quem efetivamente ordenhava essa vaca  leiteira, até recentemente, era o Sr. Flávio Pereira, que até hoje  desfruta injustamente do anonimato. Injustamente porque se trata de  ninguém menos que o dirigente acusado de pedofilia, de corromper meninos  das divisões de base (sempre as divisões de base!), flagrado por sócia  do clube, em fevereiro, “acariciando ostensivamente o órgão sexual de um  menino de dez anos”. Uma acusação decerto revoltante, mas incapaz de  embrulhar o estômago da Srª Patrícia Amorim, em que pese o fato de nossa  presidenta também ser mãe: a pedido de Helinho, Flávio Pereira  continuou ocupando o cargo lucrativo para o qual fora nomeado, e somente  foi exonerado quando o clamor público ameaçou tornar-se insuportável.
Foi esse o cenário com o qual o  ZICO se deparou ao assumir o futebol rubro-negro, em 30 de maio passado,  com projetos de autonomia e seriedade administrativa. Sua nomeação foi  um gesto desesperado de uma presidenta acuada politicamente, que via sua  gestão fazer água menos de seis meses depois de começar. O técnico  Andrade e o vice de futebol, Marcos Braz — a dupla que, com mais acertos  que erros, havia conquistado o hexacampeonato —, haviam sido demitidos  em 23 de abril, depois de o time se classificar aos trancos e barrancos  para a segunda fase da Libertadores. Com o time eliminado, em seguida,  pela Universidade do Chile, Patrícia Amorim passou a temer o desfecho  inglório do impeachment, nas mãos de uma oposição que começava a se  estruturar e de aliados para quem a utilidade da presidenta se esgotara  no momento mesmo em que lhes abriu os cofres da Gávea. 
Assim foi que o Galinho voltou  para casa cheio de ilusões e projetos ambiciosos, que exigiriam o apoio  decidido da presidenta para concretizar-se. Para Patrícia, no entanto,  ZICO era apenas uma cartada política de curto prazo, um gesto que daria  tempo e fôlego a sua gestão inepta, um fusível a ser queimado na  primeira oportunidade, quando a destruição do ídolo e mito lhe fosse  politicamente conveniente. 
Os primeiros atos de ZICO  voltaram-se, justamente, para a moralização das divisões de base. Com a  autoridade que ainda não fora minada por Patrícia Amorim, o Galinho pôs  fim à farra de Leo Rabelo, da qual se beneficiava a máfia aqui  identificada. Pôs no olho da rua todos os atletas que envergavam o Manto  Sagrado sem vínculo federativo com o clube, atletas ali postos, como  numa vitrine, por seu proprietário, Leo Rabelo, para valorizar-se e ser  vendidos. Subitamente, nas divisões de base do Flamengo, deu-se essa  coisa prodigiosa: só jogavam atletas do Flamengo, e a máfia comandada  por Hélio Ferraz perdia ali seu negócio mais promissor.
Ato contínuo, a quadrilha passou  a obstaculizar a gestão de ZICO de todos os modos, legais e ilegais, a  seu alcance. Mobilizou, sobretudo, o vice-presidente financeiro, Michel  Levi, e o presidente do Conselho Fiscal, Leonardo Ribeiro, que passaram a  entravar toda e qualquer contratação encaminhada por Zico. Diogo e  David, contactados muito antes, só puderam ser legalizados na véspera de  expirar-se o prazo final, imposto pela CBF. ZICO reagiu, assinalando o  óbvio: que um clube de futebol que pretenda ser exitoso não pode  funcionar nessas bases, e o departamento de futebol precisa de autonomia  administrativa e financeira. Foi a gota d’água para a quadrilha:  declarou-se guerra aberta a ZICO. Começaram a circular boatos  infundados, jamais comprovados, sobre a atuação de seus filhos em  contratações, prontamente reproduzidos por canalhas menores da imprensa.  Leonardo Ribeiro, bandido conhecido, não hesitou mesmo em ameaçar de  morte o nosso ídolo maior e sua família.
Patrícia Amorim omitiu-se o  quanto pôde. Fez que não era com ela enquanto lhe foi possível. Diante,  no entanto, do ultimato da quadrilha que a elegeu e lhe dava  sustentação, não teve um segundo de dúvida: ficou com a quadrilha,  contra o ZICO. Encerrou-se assim, em 30 de setembro, a gestão de ZICO à  frente do futebol.
Em quatro meses de gestão, ZICO,  que afinal de contas é humano, terá cometido acertos e erros. Deixemos  aos canalhas menores da imprensa esportiva o exercício indigno de  enumerar os segundos, reproduzindo, como se dignas de consideração  fossem, as barbaridades que hoje bosteja qualquer Capitão Leo. Aqui  importa apenas registrar que, naquelas questões que mais dizem respeito à  construção de um Flamengo forte, soberano e hegemônico — questões como a  autonomia do futebol profissional e a reconstrução das divisões de base  —, ZICO esteve sempre do lado certo, sempre com a visão clara e as  intenções puras. 
Para quem tinha olhos de ver,  ZICO clamava há muito pelo apoio decidido de Patrícia Amorim. Atacado,  cada vez mais publicamente, pela máfia que elegeu Patrícia, nosso ídolo  maior precisava que, ao menos uma única vez em sua carreira política sem  brilho, Patrícia Amorim se posicionasse claramente em favor de um grupo  e contrariamente a outro. O Galinho aceitara o cargo, afinal de contas,  porque confiava na capacidade da presidenta de, chegado o momento,  comprar as brigas certas, e por elas arriscar-se a desagradar grupos  poderosos, que há muito entravam o progresso do Flamengo.
ZICO obviamente se equivocou  quanto à integridade e à coragem de Patrícia Amorim, que ao fim e ao  cabo nunca foi mais que uma politiqueira vulgar — um desses  sobreviventes talentosos apenas na arte de estar bem com todo o mundo,  que passam pela vida política sem a consideração de legar-nos uma única  idéia nova, um único projeto original. Já desvencilhada do ZICO, aparece  agora, com a cara lavada habitual, fazendo promessas vagas de levar  adiante o projeto da autonomia do futebol, sem no entanto romper com os  elementos criminosos que, para matar uma idéia assim no nascedouro,  foram capazes de atirar lama até mesmo no nome santo do maior ídolo da  história rubro-negra.
Patrícia Amorim obviamente  passará, a menos que os sócios de hoje decidam abrir mão de qualquer  aspiração à grandeza, e transformem o Flamengo num clube meramente  social. Excetuada essa hipótese, Patrícia é pequena demais,  inconsistente demais, incompetente demais para a tarefa maiúscula de  gerir os destinos da maior paixão de 40 milhões de brasileiros. Patrícia  passará, mas o câncer que atrás dela se esconde — Helinhos, Oaquins,  Levis, Helais, Rabelos e quantos capitães ou sargentos empregarem —  precisa ser extirpado, se queremos voltar a ser grandes.
A grandeza começa por respeitar a  nossa própria história, por respeitar o nome, a memória e a imagem de  nossos ídolos e heróis. Passa por não transigir jamais com quem pretenda  diminuir um ZICO para agarrar-se a uma boquinha, por não compactuar com  quem se sinta no direito de julgar o rubro-negrismo de ninguém menos  que Artur Antunes Coimbra. E começará a ser resgatada no dia em que os  sócios escorraçarem da Gávea, para todo o sempre, personagens nefastos  como Hélio Ferraz, Michel Levi, Leo Rabelo, George Helal, Walter Oaquim e  Leonardo Ribeiro."

23:11
Stephanie Bussi
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ainda to na expectativa do q fazer a respeito.
acho q a unica saida mesmo seria [longo prazo] associação em massa ao mengao. e ganha-se nas urnas. outra eh o boicote, mas isso prejudica o time, q ja nao anda bem das pernas
A única saída é aquela feita uns anos passados pelos torcedores do Barcelona. Fizeram um movimento sério, firme e consciente, que mudou toda diretoria podre que existia por lá. Hoje, é senão o maior, um dos maiores clubes do mundo. A grande verdade, é que com a quantidade ridícula de sócios existente no Flamengo, fica impossível fazer quanquer tipo de movimento ou pressão nesse sentido. Essa situação nunca vai mudar.